A sincronia foi perfeita para tudo dar errado para todo mundo.
Stephen King
Depois de um salutar retorno ao passado, a Season 2 de Castle Rock voltou ao tempo presente e os desdobramentos do que foi sugerido no final do episódio 5. Ah sim, e antes de mergulhar no texto sobre este novo episódio, caso você não tenha lido o conteúdo anterior sobre esta série, sugiro que você comece por ele clicando aqui.
(SPOILER – não leia a partir deste ponto se você não quiser saber demais sobre o episódio 6). Aquela ligação “despretensiosa” de Joy (Elsie Fisher, um dos trunfos desta temporada) para Rita (Sarah Gadon) no final do episódio anterior provocou um efeito imediato na trama.
Em paralelo, o restante das histórias que tinham sido “abandonadas” no episódio 5 voltou a avançar – ainda que pouco em suas diferentes frentes. O episódio 6, intitulado “The Mother”, começa com uma rápida retomada da vida de Rita, antes e logo após ela receber a ligação da filha desaparecida e, depois, avança no encontro inusitado entre Annie (a ótima Lizzy Caplan) e a entidade que ocupa o corpo de Ace (Paul Sparks).
Apenas uma pessoa que vive “fora da casinha” como Annie pode achar normal, mesmo um pouco bêbada, conversar com o sujeito que ela matou antes. E ele, que esperamos acabar com ela a cada encontro, resolveu “flertar” com o alvo antes de transformar Annie na nova moradia de seu “grande amor”.
Enquanto Joy acaba parando em um lar para jovens em situação de vulnerabilidade, Nadia (Yusra Warsama) rompe com o irmão Abdi (Barkhad Abdi). Isso depois que ela descobre que ele já sabia a verdade sobre o pai adotivo de ambos há 5 anos – e que não contou nada para ela no período.
Aliás, esse núcleo familiar confuso, que coloca na mesma trama um ex-combatente que adota duas vítimas e que tem dois filhos naturais – ambos já “abduzidos” pelas entidades seculares que foram “despertados” acidentalmente por Annie -, me parece meio “solto” na trama.
Sou franca em dizer que acho a história de Pop (Tim Robbins em uma participação especial), seus filhos Ace e Chris (Matthew Alan), um tanto fraca. Há uma disputa clássica ali entre irmãos – especialmente o “legítimo” Ace e o adotivo Abdi – e uma verdade escondida há muito tempo que ajuda a “temperar” a história mas, apesar disso, esse núcleo parece um tanto “deslocado” do enredo principal até esse episódio.
Ainda assim, claro, os atores são bons e a trama do núcleo familiar é razoável. Tudo isso perde força, contudo, quando observamos a trama principal, com Annie e Joy como os elementos-chave da história.
Nesse episódio, também acompanhamos um pouco mais a “seita” liderada por Ace e que não para de crescer. Aparentemente, agora faltam poucas vítimas para que o grupo consiga todos os “hospedeiros” que eles necessitam para voltar à vida. Esse grupo é o elemento obscuro, um tanto sobrenatural e permanentemente perigoso, que torna o perigo iminente na série – quase uma marca registrada de Stephen King.
A melhor parte do episódio, contudo, está centrada na busca de Rita por sua filha e o confronto que ela acaba estabelecendo com Annie. As atrizes se saem muito bem nos seus papéis, com Joy encontrando respostas para a própria história e com Annie sendo sincera sobre as suas motivações.
Quando o desfecho do episódio leva Rita e Annie para a floresta, todos nós sabemos que podemos esperar pelo pior. Afinal, na Season 1 de Castle Rock aprendemos que a floresta nunca é um bom lugar para se estar. 😉 Novamente o desfecho vai envolver tiros, sangue e drama. O final do episódio revela Annie, mais uma vez, tentando proteger a irmã – mas, desta vez, assumindo um crime que ela não cometeu.
A série se encaminha para um final que envolverá muito drama ainda. Meu palpite é que Annie terá que se sacrificar definitivamente por Joy. Resta saber, depois que todos os hospedeiros forem utilizados, qual será o propósito do grupo de Ace. Também parece uma incógnita o destino final de Joy – já que Annie, tudo indica, não terá salvação.
NOTA DO EPISÓDIO: 9.